sábado, 12 de agosto de 2017

📺 Redescobrindo a TV aberta e gratuita

No início deste mês, vários sites republicaram e repercutiram uma matéria do Wall Street Journal ironizando os jovens dos Estados Unidos que estão encantados por uma fantástica tecnologia: TV gratuita e legalizada que dá para sintonizar usando uma antena e sem necessidade de internet.

O texto cita uma pesquisa de junho/2017 da National Association of Broadcasters que registrou que 29% dos estadunidenses não sabe que existe TV local sem mensalidade, o que aqui no Brasil chamamos de TV aberta e gratuita.

Essa porcentagem é alta, mas não necessariamente é uma notícia ruim ou uma notícia boa. É claro que quem lucra com TV aberta chora, quem lucra com internet comemora, mas para os telespectadores é um dado neutro. E pra quem trabalha com as duas coisas, é um dado que ajuda a se preparar para o futuro aqui no Brasil.

E por que quase 1/3 dos EUA ignora a existência da TV aberta? Pra começar, quando teve o desligameno do sinal analógico lá, em 2009, muita gente não entendeu direito e achou que a TV gratuita tinha acabado de vez.

Outro fator importante é a mudança de comportamento. Assistir programas de TV nos horários escolhidos pela emissora é um hábito em extinção nos Estados Unidos e também aqui no Brasil. A TV já não é a primeira tela para menores de 35 anos. Pessoas mais velhas também estão gostando da experiência de assistir programas em horários personalizados. Se a pessoa tem internet que permite ver o que ela quer, quando ela quer e onde ela quer, a antena realmente pode ser dispensável.

Muitos telespectadores, de todas as idades, perderam a paciência com as longas e chatas propagandas da TV. Para facilitar, grandes emissoras, como a Globo, são muito rápidas em colocar os vídeos em suas plataformas. No domingo, por exemplo, dá para assistir Faustão pela GloboPlay, com bem menos propaganda que a TV aberta, e ainda participar do auge dos comentários no Twitter como se estivesse assistindo pela antena. Já fiz essa experiência várias vezes.

E a TV tem cada vez mais concorrência audiovisual. Na minha infância, era assistir TV, rever pela milésima vez algum filme que a gente tinha gravado na nossa única fita ou estudar inglês nos vídeos que vinham junto com os livros didáticos. Hoje, ao invés de ligar a televisão, eu posso pegar meu tablet e abrir um dos vários aplicativos com conteúdo audiovisual, a maioria deles com qualidade muito superior ao que temos na TV, principalmente a aberta.

Considerando esses fatores - desligamento analógico, propagandas indesejadas, opções de streaming, concorrência audiovisual -, será que no Brasil também teremos em breve toda uma geração que vai ignorar a existência da TV aberta e gratuita via antena?

Até mais!

Foto: blickpixel | pixabay

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