terça-feira, 7 de agosto de 2007

Vou ver a vovó

No próximo final de semana vou ver minha avó. Eu sempre tenho um bom pretexto para ir a Goianésia, caso contrário a cidade parecerá entediante demais.

Da última vez que fui à cidade onde nasci, foi para assistir ao casamento da prima Lorena Patrícia que, órfã de mãe e criada pela nossa avó, foi uma das minhas melhores amigas na infância e na pré-adolescência, quando fazíamos até planos de um dia morarmos juntas em Goiânia e etc. Bons tempos!

Voltando à vida atual, eu ainda sou hóspede na casa de uma tia e, como "levei o cano" na última empresa onde trabalhei, estou muito constrangida por ainda não ter recebido nem conseguido outro emprego. Não tenho dinheiro nem para pagar ônibus para distribuir currículos.

Análise nada científica sobre o preço do vale-transporte em Brasília

Só para ilustrar, o preço da passagem de ônibus coletivo de onde eu moro para o Plano Piloto é R$ 3,00. Totalmente desproporcional à distância (menos de vinte quilômetros) e ao piso salarial dos trabalhadores do comércio do DF, que é de R$ 450,00. Muitas empresas de comércio ainda dão um "jeitinho" e se classificam como empresa de serviços e/ou indústria para pagar o salário mínimo de R$ 380,00. Considerando que um funcionário de Brasília trabalhe 24 dias no mês e ganhe salário mínimo, o vale transporte chega a 38% do valor de seu salário. Para um trabalhador de Goiânia, nas mesmas condições, essa proporção não chega a 23%. Vale lembrar que a média salarial do funcionário privado em Goiânia é maior do que em Brasília. Não interessa nessa análise o salário do servidor público, já que esse abençoado, na maioria dos casos, não precisa andar de ônibus, no máximo deixa o carro no estacionamento e pega o metrô para chegar mais rápido e não sofrer no engarrafamento.

Voltando à iniciativa privada, não é em vão que grandes indústrias e call-centers que já tiveram sede aqui estão "fugindo" para Goiânia e Anápolis, já que quem paga o vale-transporte do trabalhador é a empresa. Outro problema que existe aqui é a variedade de preços de passagens de ônibus: tem de R$ 1,50, R$ 2,00, R$ 2,50 e R$ 3,00, o que é um ponto a menos para quem "mora longe" dos grandes centros comerciais conseguir emprego, sendo que geralmente são esses que mais precisam. (*Os valores das passagens citados são apenas dentro do DF, não incluí o entorno. Dependendo da cidade do entorno é até mais barato do que entre Taguatinga e o Plano Piloto, por exemplo.)

Em Goiânia eu ía para a faculdade (mais de vinte quilômetros) pegando quatro ônibus e pagando uma única passagem, ou melhor, meia, porque eu era estudante. Aqui não existe integração e, dependendo de onde saímos e onde queremos chegar, é necessário pagar quatro ou mais ônibus. Não sei se você entendeu onde eu quis chegar, mas o fato é que uma das iniciativas necessárias para amenizar o desemprego no DF é unificar e diminuir o preço da passagem de ônibus coletivo, além de fazer estações de integração entre as linhas.

Falei, disse e repito se preciso!

Como eu estava dizendo…

Voltando ao assunto anterior ao adendo, por causa da minha situação fico com vergonha até de sair do "meu" quarto, de fazer as refeições com a família, de tudo mesmo.

Sempre que eu converso com meus pais ao telefone ou com meu pai no Messenger, eles pedem para eu voltar, mas sei que lá vou ficar mais entediada e constrangida ainda, sem falar que lá não se pode dormir, não tem cadeira para sentar, não tem porta para fechar e, geralmente, não tem comida para fazer/comer. Um caos! Aqui pelo menos tenho esperanças porque há algumas empresas de comunicação e muitos concursos públicos. Em Goiânia… sem comentários.

Não comecei esse post para falar sobre coisas que não deram certo, mas quando escrevo para meu blog sou muito obediente às minhas sensações e aos meus sentimentos, então vira essa salada digital.

Vou a Goianésia para…

Não sei se vocês se lembram, mas no primeiro parágrafo desse enorme post eu disse que tinha um pretexto para ir a Goianésia. Dessa vez é um concurso público daquele banco famoso que patrocina as seleções brasileiras de vôlei. Eu poderia ter me inscrito para Goiânia e/ou para uma das cidades goianas do entorno de Brasília, mas quando vi o nome da minha cidade natal piscando no edital parecia os olhos da Vó Bela piscando pra mim (dessa vez exagerei!). O casamento da Lorena (segundo parágrafo) foi em abril do ano passado. Planejei voltar para Goianésia em abril deste ano, na Páscoa, mas acabei indo pra Goiânia mesmo. Além do pretexto emocional eu tenho uma excelente justificativa de concurseira: os números comprovam que, no interior, além da concorrência ser menor, o ponto de corte também é porque os candidatos se preparam menos (não porque são mais relaxados, mas porque há menos cursinhos, menos bancas de revistas vendendo apostilas, menos tradição em prestar concursos, etc.) Como é uma empresa presente em todo o Brasil, nada impede que quem passar para Goianésia tente e consiga transferência para Goiânia, Brasília, Florianópolis, Fortaleza… Ter curso superior vai ser útil nessa hora. Ah! Que delícia esse Brasil!

Mas nem tudo são flores. Estou prestando concurso para cadastro de reserva, não para vagas abertas. Em abril do ano passado (uma semana antes do casamento da Lorena) eu prestei concurso para o mesmo banco, havia milhares de vagas e eu não passei. Tenho bastante dificuldade para entender conhecimentos bancários, talvez por falta de professor, já que até hoje só estudei essa matéria sozinha.

É melhor eu parar de escrever e voltar a estudar porque agorinha a faxineira chega ao meu quarto e não poderei mais estudar, nem escrever.

sexta-feira, 20 de julho de 2007

Um ano em Brasília: fracasso ou sucesso?

Que loucura! Já tem um ano que estou aqui nessa capital federal com clima de deserto, passagens de ônibus caríssimas e desiguldades sociais gritantes.

Clima de deserto acho que todos já sabem como é: quente de dia, frio de noite, tempo seco, muito vento, muita poeira. O clima aqui é tão seco que, mesmo nos dias mais quentes, dificilmente ficamos molhados de suor porque evapora rápido, muito antes de percebermos.

Em todo o Brasil há muita desiguldade social e Brasília é um espelho fiel desse fato que mantém o país no rol de subdesenvolvidos. Aqui a dicotomia entre ricos e pobres pode ser tranqüilamente exemplificada pela dicotomia entre servidores públicos e funcionários privados.

Concursos

Já não sei se compensa investir dinheiro em cursinhos para concursos. Não digo que não compense estudar, mas pagar cursinho. Ao invés de cursos para concursos eu poderia aperfeiçoar meu inglês, evoluir meu espanhol, aprender italiano, começar a programar, aprender libras… ou seja, me preparar mais para o mercado de trabalho, seja ele público ou privado. Nem sei porque estou escrevendo isso! Nem emprego eu tenho para pagar essas coisas. Ah! Deixa pra lá! Só queria desabafar mesmo.

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Via6 cada vez mais profissional

A rede profissional Via6 está cada vez mais incrementada e interativa, sem abandonar o delicioso layout clean e simples. Se você ainda não tem cadastro, vale a pena experimentar. Mesmo se não tiver interesses profissionais na rede (o que é muito raro nos dias de hoje), você poderá utilizar o Via6 para saber mais sobre assuntos do seu interesse, para ler seus feeds favoritos e para conhecer gente com interesses em comum, tudo isso sem todas aquelas propagandas e perfis falsos que nos irritam no orkut. Se você se cadastrar, me adicione à sua rede: www.via6.com/helen.

quinta-feira, 12 de julho de 2007

Testando o meu PC

Meu computador chegou segunda-feira, mas só hoje (quinta-feira) o testei. Ainda não tenho monitor, então aproveitei que não tinha ninguém em casa para usar o monitor da minha tia. Agora mesmo tenho que colocá-lo de volta no lugar porque minha prima deve estar chegando. Também não tenho mesa ainda e está tudo no chão (monitor, cpu, teclado, mouse, caixas de som…). Ele tem Internet sem fio, mas pelo menos hoje não consegui captar nenhum sinal emprestado e continuo off-line. O HD é o mesmo que eu utilizava na casa dos meus pais, em Goiânia, então a maioria dos meus arquivos e programas já estão na máquina.

Passei boa parte da tarde fuçando no PC, conversando com meu pai no MSN (pelo celular) e agora a pouco liguei pra ele para esclarecer algumas dúvidas difíceis de detalhar naquela tela pequeninha do telefone móvel.

Ainda hoje vou participar da reunião da equipe de liturgia da Comunidade São Francisco de Assis. É aqui no meu bairro, só que não é perto nem seguro para ir a pé sozinha, sorte que tenho umas vizinhas motorizadas da quadra de cima que participam e talvez eu consiga carona.

segunda-feira, 9 de julho de 2007

Levando o cano adoidado

A minha cara de feia, pobre e analfabeta engana, tanto que todos querem "me dar o cano", "me passar rasteira", me fazer de otária.

Só fica difícil quando deixam de pagar os produtos que eu revendo e por isso não vendo fiado mais! Quanto às pessoas que já levaram sem pagar, vou ter que fazer uma pressão moral-psicológica. Acho que descobri mais uma utilidade para o orkut…

Quanto às empresas que não me pagarama ainda, vou ter mais trabalho para pressionar. Dizem que a justiça do trabalho é a mais célere, então, rezo diariamente para nunca precisar das outras. "Ô trem enrolado do caramelo!!!" A vida é curta demais ára desperdiçarmos tempo com advogados e juízes (a não ser que eu me case com um juíz, é claro!).


- Helen, você é muito contraditória! Num post diz que quer casar, noutro diz que não…
- Eu prefiro ser essa metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo.
- Metamorfose ambulante? Você é a pessoa mais turrona que conheço. Nem os fatos te fazem mudar de idéia.
- Fatos? Que fatos? Tudo é ilusão, imaginação, fruto da individual construção.
- Ah! Tá!
- Além disso, eu não disse que quero me casar, eu disse "a não ser que eu me case(…)".
- Então há uma possibilidade?
- Uma em um trilhão, na prática isso é mais próximo de zero do que de um.
- Não consigo te entender…
- Não mandei você tentar!

Melancólica Asa Norte

Não sei se é só o lugar ou algo mais, mas não consigo ter simpatia por esta triste e feia Asa Norte. Talvez porque este lugar ainda não esteja associado a nenhuma lembrança feliz e divertida dos meus doze meses em Brasília, mas que é um lugar feio, ah! isso é!

domingo, 8 de julho de 2007

Estereótipos me irritam

O principal estereótipo que me irrita é o da mulher. Sou de famílias extremamente machistas onde as próprias mulheres se sujeitam a isso de forma que todas são ou querem ser financeiramente e emocionalmente dependentes de seus "maridinhos". Seria lindo se todas elas conseguissem ser felizes assim, mas depois de alguns anos de casamento, geralmente quando os filhos se tornam adolescentes, a maioria delas (dentre todas as quatro gerações) se lamenta por não ter estudado mais, por não ter se realizado profissionalmente, por não ter conquistado seus próprios bens materiais (só em "parceria" com o marido), por não ter aprendido bem outros idiomas, por não saber tocar bem nenhum instrumento musical, por não ter tempo para seu esporte favorito, enfim, por não terem vivido suas próprias vidas.

A maioria se casou e/ou engravidou antes dos 25 anos e daí deixou de ser ela própria para ser"a esposa de fulano", "a mãe de sicrano", etc. Só quando ocorrem as primeiras crises matrimoniais e/ou os problemas na educação dos filhos ela para para pensar e tenta se lembrar em que ponto de sua vida "se abandonou" em nome da "ordem familiar".

Acredito que uma pessoa possa ser feliz casada ou não, com filhos ou não, só não acredito que uma pessoa possa ser feliz "se anulando" e obecendo sem questionar os estereótipos que a sociedade impõe. Alguns exemplos do meu cotidiano são as frases infelizes que ouço quase todos os dias de meus familiares e outros(as) machistas com quem tenho que conviver para exercitar minha paciência e meu cérebro criando frases alternativas a esses chavões.

  1. Quando disserem que "mulher tem que saber cozinhar bem e sempre" respondo que:
    1. Homens e mulheres que gostam de cozinhar devem cozinhar sempre.
    2. Homens e mulheres que não gostam de cozinhar não devem ser obrigados(as) a fazê-lo.
    3. Homens e mulheres devem saber cozinhar para si próprios como precaução para que não passem fome.
    4. Homens e mulheres devem cozinhar para o próximo quando este for realmente impossibilitado (crianças, deficientes, doentes de cama, etc.).
  2. A mulher é a responsável pelos serviços domésticos da casa.
    1. A mulher pode ser a responsável pelos serviços domésticos da casa, desde que goste, queira e não fique sobrecarregada.
    2. O homem pode ser o responsável pelos serviços domésticos da casa, desde que goste, queira e não fique sobrecarregado.
    3. O ideal é que a responsabilidade seja dividida entre todos os adultos da família e que, nos melhores casos, dividam também o contra-cheque de uma empregada doméstica mensalista.
  3. Toda mulher tem que ser "doce", meiga e carinhosa.
    1. Toda mulher tem que ser o que é do jeito que quiser. Seja você e seja feliz!
  4. A mulher não sabe dirigir bem.
    1. A mulher pode dirigir tão bem quanto quiser e gostar.
    2. Há muito mais mulheres do que homens no volante e a maioria esmagadora dos acidentes são provocados por eles.
  5. Não escolha essa profissão. Isso é coisa de macho!
    1. Coisa de macho é ter pinto, mijar em pé, lambuzar todo o banheiro, não dar descarga e deixar a tampa do vaso aberta. O resto é unissex.

Falei, disse e repito se preciso!

Vomitando enquanto o salário não vem

Ontem à noite passei mal horrores. Nada grave, só conseqüência da minha teimosia. Senti muita dor-de-cabeça, chorei de medo de ter outra convulsão e de saudades da minha família de Goiânia.

Meu Gardenal acabou há uma semana e ainda não recebi meu salário de maio para pagar neurologista e comprar o remédio (que só é vendido com retenção de receita), mas não passei mal ontem por isso e sim por azia, tanto que vomitei depois que tomei Sonrisal.

Nunca percebo quando vou ter uma convulsão, só depois do desmaio é que acordo com dor de estômago e de cabeça. Na minha primeira vez convulsão, acordei vomitando.

Eu ía colocar neste post os nomes dos diretores da empresa que me meteram nessa enrascada e fazer um mini-resumo das principais incompetências de cada um, mas achei pesado demais, não por eles, mas porque eles têm família, pais, esposa, amante, filhos…

Dizem que é anti-ético e deselegante falar mal de uma empresa onde já se tenha trabalhado, que pode atrapalhar na busca por outro emprego, etc. Mas eu não vim ao mundo para ser igual e muito menos para seguir uma pseudo-ética hipócrita que só serve para preservar o culto brasileiro à desonestidade e a perseguição injusta àqueles que apontam e denunciam a corrupção e seus culpados.

Se uma empresa B deixa de me contratar porque eu disse que a empresa A não me pagou é porque a empresa B tem telhado de vidro e, assim sendo, é a empresa que não serve para mim e não o contrário. O nome da empresa que me registrou em CTPS é JNS Assessoria Empresarial e a empresa onde eu realmente trabalhava é AM Comunicação e Marketing.

No dia 08/08/2007 soube que a empresa passou a se chamar A4. Não gostei do novo nome, acho que D4 combina mais com eles.

Falei, disse e repito se preciso.

segunda-feira, 2 de julho de 2007